A experiência da Caravana Cabana foi fantástica, e superou em muito as minhas expectativas e as dos outros participantes. Minha avaliação foi que tivemos um sucesso total em relação ao nosso projeto inicial, que era recolher relatos sobre a Cabanagem para produzir documentários, livros, fotos etc. O material foi colhido.
Visitamos nove comunidades ou grupos, incluindo o encontro com quilombolas em um bairro de Santarém. Temos agora um arquivo de quase 50 horas de entrevistas em vídeo e outras tantas em áudio, o que já constitui seguramente o maior arquivo do tipo sobre as memórias da Cabanagem no Oeste do Pará. Aproximadamente 80 pessoas de diferentes comunidades deram seus depoimentos. As fotos captaram rostos, expressões e paisagens lindas. As anotações feitas pelos membros da Caravana ainda vão dar muitos frutos.
Digo que o resultado foi um sucesso total quando me refiro aos profundos impactos que a CARAVANA provocou nos moradores das comunidades visitadas e seus vizinhos, que acorreram aos locais para nos encontrar e que ficaram estimulados a lembrar e recontar suas histórias, mitos e sonhos. Sem contar que as pessoas aproveitaram o momento para mostrar danças tradicionais, bebidas e beijus, para fazer fogueiras e rituais. Falar da Cabanagem para eles é falar e vivenciar o seu "modo de vida total", incluindo o tarubá, o xibé e a comida coletiva.
Mesmo moradores de lugares que não foram visitados pela Caravana se interessaram e seus moradores chegaram a alguns dos locais por onde passamos. Outras comunidades mais distantes passaram a olhar com mais atenção para a cabanagem e o seu papel na história regional. Eles estão falando mais das suas lembranças sobre o seu passado. E aguardam a sua oportunidade de também contar as suas histórias.
Na cidade de Santarém, a mídia local deu bastante espaço para a Caravana, e vários caravanistas falaram da importância dessa guerra para a história da Amazônia e até do Brasil. A Rádio Rural promoveu um “debate” somente sobre a Cabanagem e a Caravana. Certa vez, antes de entrevistas os “paulistas”, uma repórter perguntava “por que pessoas vêm de São Paulo em busca das memórias da cabanagem, enquanto os moradores daqui mesmo não se interessam?” Certamente, depois dessa provoção muitos começaram a se interessar.
A viagem também provocou impactos nos participantes da Caravana, paulistas e paraenses. Todos voltamos aos nossos mundos transformados e envolvidos nessa ambiência da vida do povo do interior da Amazônia, sejam eles negros, indígenas, ribeirinhos ou outros. Por isso, o grupo decidiu dar continuidade ao projeto coletivo. Os frutos não demorarão. Na verdade já estão aí.
No coração, a saudade das pessoas simples e acolhedoras, dos seus sorrisos e dos seus abraços. Não tem como evitar. NÓS VOLTAREMOS, E SEREMOS MAIS. VOLTAREMOS E SEREMOS MUITOS, MILHARES, POIS NÓS SOMOS OS CABANOS(AS) VIVOS DE HOJE, E AINDA ESTAMOS DE PÉS.
Visitamos nove comunidades ou grupos, incluindo o encontro com quilombolas em um bairro de Santarém. Temos agora um arquivo de quase 50 horas de entrevistas em vídeo e outras tantas em áudio, o que já constitui seguramente o maior arquivo do tipo sobre as memórias da Cabanagem no Oeste do Pará. Aproximadamente 80 pessoas de diferentes comunidades deram seus depoimentos. As fotos captaram rostos, expressões e paisagens lindas. As anotações feitas pelos membros da Caravana ainda vão dar muitos frutos.
Digo que o resultado foi um sucesso total quando me refiro aos profundos impactos que a CARAVANA provocou nos moradores das comunidades visitadas e seus vizinhos, que acorreram aos locais para nos encontrar e que ficaram estimulados a lembrar e recontar suas histórias, mitos e sonhos. Sem contar que as pessoas aproveitaram o momento para mostrar danças tradicionais, bebidas e beijus, para fazer fogueiras e rituais. Falar da Cabanagem para eles é falar e vivenciar o seu "modo de vida total", incluindo o tarubá, o xibé e a comida coletiva.
Mesmo moradores de lugares que não foram visitados pela Caravana se interessaram e seus moradores chegaram a alguns dos locais por onde passamos. Outras comunidades mais distantes passaram a olhar com mais atenção para a cabanagem e o seu papel na história regional. Eles estão falando mais das suas lembranças sobre o seu passado. E aguardam a sua oportunidade de também contar as suas histórias.
Na cidade de Santarém, a mídia local deu bastante espaço para a Caravana, e vários caravanistas falaram da importância dessa guerra para a história da Amazônia e até do Brasil. A Rádio Rural promoveu um “debate” somente sobre a Cabanagem e a Caravana. Certa vez, antes de entrevistas os “paulistas”, uma repórter perguntava “por que pessoas vêm de São Paulo em busca das memórias da cabanagem, enquanto os moradores daqui mesmo não se interessam?” Certamente, depois dessa provoção muitos começaram a se interessar.
A viagem também provocou impactos nos participantes da Caravana, paulistas e paraenses. Todos voltamos aos nossos mundos transformados e envolvidos nessa ambiência da vida do povo do interior da Amazônia, sejam eles negros, indígenas, ribeirinhos ou outros. Por isso, o grupo decidiu dar continuidade ao projeto coletivo. Os frutos não demorarão. Na verdade já estão aí.
No coração, a saudade das pessoas simples e acolhedoras, dos seus sorrisos e dos seus abraços. Não tem como evitar. NÓS VOLTAREMOS, E SEREMOS MAIS. VOLTAREMOS E SEREMOS MUITOS, MILHARES, POIS NÓS SOMOS OS CABANOS(AS) VIVOS DE HOJE, E AINDA ESTAMOS DE PÉS.
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